O Brasil vai se tornar um dos maiores produtores de soja do mundo dentro dos próximos dez anos, ultrapassando os Estados Unidos.
A previsão foi feita pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), que publicou o documento Perspectivas Agrícolas 2016-2025. Segundo o documento, a produção de soja brasileira passará de 89 milhões de toneladas, em média, para 136 milhões de toneladas.
Caso esse desempenho se confirme, representará uma expansão de 52,8% entre 2015 e 2025. O estudo avalia que a produção de soja continuará a crescer na América Latina, puxada também por outras regiões que não apenas o Brasil.
Argentina e Paraguai terão papel importante nesse avanço, atingindo 70 milhões de toneladas e 13 milhões de toneladas respectivamente. Atualmente, os três maiores exportadores de soja do mundo são Estados Unidos, Brasil e Argentina. Juntos, os três respondem por 87% de todas as vendas.
Produção de soja no Brasil e Argentina
A FAO projeta ainda que Brasil e Argentina serão responsáveis, na próxima década, por parte considerável no aumento da produção no campo. Pelo menos 20 milhões de hectares a mais usados pela agricultura serão incorporados por esses dois países.
O relatório ainda aponta que a alta do dólar frente a maioria das moedas vai fortalecer os mercados produtores de açúcar, principalmente o Brasil.
O documento avalia que o Brasil, até 2025, voltará a ser o maior produtor global de açúcar. Com esse avanço, o País será responsável por 41% das exportações do produto no mundo.
Erradicação da Fome
Ainda segundo o documento, se as políticas públicas atuais forem mantidas e o crescimento da produtividade agrícola continuar seguindo a tendência atual, a população mundial de pessoas subalimentadas deve cair entre 11% e 8% em dez anos, com a América Latina e Caribe caindo para baixo de 5%, índice que a FAO considera a fome efetivamente erradicada.
“A nossa região foi a primeira em se comprometer não só com a diminuição, mas também com a erradicação total da fome”, disse o Representante Regional da FAO, Raúl Benítez.
Benítez disse que os frutos dessa determinação precoce permitiu que a região alcançasse os maiores progressos em relação à segurança alimentar, atingindo metas internacionais de redução da fome: a dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e a da Cúpula Mundial sobre Alimentação.
O caminho principal que a região tem assumido para colocar fim a fome até 2025 é o Plano de Segurança Alimentar, Nutricional e Erradicação da Fome da CELAC, que está sendo implementado por todos os países da região.
“Não somente nos transformamos em uma potência agrícola, mas o que é ainda mais importante é que os países criaram uma série de políticas públicas inovadoras focadas nas pessoas que sofrem com a fome, respaldados por estratégias de erradicação da fome em âmbito local, nacional e regional”, disse Benítez.
Ao colocar o foco nas populações mais vulneráveis, a América Latina e Caribe conseguiram tirar mais de 31 milhões de pessoas da fome nas últimas décadas, reduzindo a porcentagem atual de subnutrição regional a apenas 5,5%.
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Segundo a linha de base do relatório Perspectivas agrícolas, caso as condições atuais não mudem, o número total de pessoas subalimentadas no mundo cairá de 800 milhões do registrado atualmente, para menos de 650 milhões em 2025.
Em contraste com a situação regional, isso implica que sem medidas decisivas a fome global não será erradicada em 2030 – data referendada como meta pela comunidade internacional por meio dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, os ODS.
Com informações: Portal Brasil e ONU Brasil