Cultivando uma horta em casa

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Cultivando uma horta em casa

 

Está cada vez mais comum o hábito de cultivar hortas em casa e muitas pessoas têm aderido a esta prática buscando entender e fazer parte do processo de produção dos alimentos que consomem.

“Além da preocupação com uma alimentação saudável, o que mais me motivou foi o resultado da horta urbana de um projeto em uma casa de convivência para cidadãos em situação de rua onde trabalhei. Lá pude presenciar os benefícios que o manuseio da terra e das hortaliças provoca no comportamento pessoal e como esse contato direto com o alimento que se põe na mesa promove uma consciência corporal”, relata a jornalista Clarisse Braga, que há cerca de oito meses mantém uma horta no terraço do apartamento onde mora em São Paulo.

Desde temperos, ervas medicinais até legumes e verduras, é possível produzir em pequenos ambientes itens que podem compor as refeições diárias a partir de orientações e cuidados simples.

Primeiramente é necessário definir e preparar o espaço onde a horta será instalada. Podem ser considerados ambientes abertos, jardins e também pequenos vasos e recipientes. A dimensão total não tem um tamanho mínimo, depende da quantidade de sementes ou mudas que se pretende cultivar.

No caso de vasos, no entanto, é importante considerar um tamanho que permita o crescimento das espécies. Leila Maria Vendrametto, geógrafa com especialização em Ecologia, Arte e Sustentabilidade pela Unesp, e co-fundadora do Coletivo Organicidade, considera que para cada muda ou semente, os vasos têm que ter no mínimo 10 cm de profundidade – o ideal é entre 15 e 20 cm.

“O espaço da horta deve ter um terço composto por pedras ou argila expandida para auxiliar na drenagem das plantas; um terço deve conter terra adubada e o restante são as próprias sementes ou mudas”, explica Leila, que ainda recomenda que ao redor do espaço sejam colocadas folhas secas ou palhas, que ajudam a evitar ervas daninhas, invasoras, que venham a prejudicar o desenvolvimento dos alimentos.

Outras condições do espaço devem ser consideradas, como a luz solar e a ventilação. A incidência de sol é fundamental para o cultivo em hortas, sendo que para hortaliças a luz da manhã é menos agressiva, já ervas e temperos podem passar mais tempo expostas, também no sol da tarde.

Ao escolher as espécies a cultivar, é importante observar a melhor época para o plantio de cada uma e também se elas se adaptam ao clima da região. Além disso, é possível organizar a disposição das sementes e mudas que ajudam no crescimento uma das outras.

Após selecionar as sementes e mudas e realizar o plantio, é necessário manutenção e cuidados constantes com os itens da horta, incluindo a poda e a irrigação e também a limpeza.

“Hortaliças devem ser regadas uma vez por dia, preferencialmente no fim da tarde. Entre às 10h e 16h o excesso de água pode ‘cozinhar’ as folhas e queimá-las. Ervas, temperos, chás podem ser irrigadas em revezamento, dia sim, dia não, ou um dia sim, dois não, de acordo com a percepção de seu desenvolvimento”, explica Leila Maria Vendrametto.

Em relação à poda, a geógrafa salienta que hortaliças são retiradas diretamente para o consumo, mas algumas podem ser colhidas aos poucos, como as folhas da couve. Já as ervas e temperos podem ser podados, mantendo-se a raiz, e reforça que é necessário cortá-las frequentemente, para fortalecer a muda.

Clarisse cultiva tomate, manjericão e alecrim em seu apartamento e utiliza os alimentos em suas refeições. “Eu e as plantas temos uma boa relação. Converso com elas, dou bom dia, peço licença para regá-las. Parece banal, no entanto, o ato de cultivar uma horta é muito mais do uma alternativa prática e racional em benefício da saúde, seu cultivo influencia também o espírito. O contato com as plantas dentro de apartamentos de pedra quebra a nossa rotina mecânica e traz vida no dia a dia”.

“É fundamental que todo ser humano aprenda a plantar, entenda a necessidade dos alimentos para sua sobrevivência e faça essa conexão com sua origem. Quanto mais cuidamos dos alimentos, melhor será a nossa alimentação. É um incentivo para a alimentação saudável. Cultivar uma horta estimula o respeito aos alimentos, ao processo de produção, a reconexão com a natureza, a prevenção de doenças, a uma vida mais saudável”, reforça Leila.

 

Saiba mais:

HORTAS URBANAS – Moradia Urbana com tecnologia social – Instituto Pólis e Fundação Banco do Brasil.

 

 

 

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