Saiba como higienizar frutas, verduras e legumes
Com uma agricultura tão rica e variada não é de se admirar que muitas pessoas ainda tenham dúvidas sobre a forma correta de higienizar as frutas, verduras e legumes.
Para que o consumo de frutas com a casca e de verduras e legumes crus não ocasione problemas de saúde, a recomendação do Ministério da Saúde é que o consumo só aconteça após uma higienização cuidadosa dos alimentos.
Mas, como fazer a higienização dos alimentos?
A higienização dos alimentos compreende a lavagem correta, seguida de molho por 15 minutos, em soluções à base de hipoclorito de sódio – também conhecido como água sanitária.
Muitos acreditam que deixar de molho em vinagre é suficiente, mas não é correto, “já que o ácido acético não elimina as bactérias e microorganismos existentes nesses produtos” explica Etelma Maria Mendes Rosa, nutricionista do CESANS (Centro de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável), que pertence à Codeagro – órgão da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
A nutricionista e Coordenadora do Programa Cozinha Brasil, do SESI de Minas Gerais, Juliana de Souza Costa, detalha a forma correta da higienização:
“Antes de colocar em molho, se faz necessário alguns cuidados importantes. Os legumes, verduras e frutas devem ser lavados, por inteiro, em água corrente. Aqueles que apresentam cascas mais rugosas e resistentes podem ser esfregados com uma escovinha exclusiva para essa finalidade. Já as folhas devem ser lavadas uma a uma, dos dois lados, em água corrente. Em seguida, devem ser colocadas em uma solução clorada com 1 litro de água, adicionando 10 ml (1 colher de sopa rasa) de água sanitária a 2,5% por 15 minutos. A água sanitária não deve ter perfume e deve vir com recomendações para uso em alimentos.”
Depois de deixar os alimentos de molho para higienizar, basta enxaguar com água filtrada, se quiser, para tirar o possível gosto e cheiro de água sanitária.
Etelma ressalta ainda que a alternativa ao uso da água sanitária são os produtos feitos com hipoclorito de sódio e comercializados exclusivamente para esse fim. Vendidos em supermercados e farmácias, o uso desses produtos se dá da mesma forma, basta diluir algumas gotas em 1 litro de água e deixar as frutas e legumes de molho por 15 minutos.
“A eficácia desses produtos comerciais é a mesma do hipoclorito de sódio (água sanitária). O que muda é a forma de apresentação e comercialização, mas os resultados são exatamente os mesmos”.
Segurança na higiene alimentar para toda a família
Os consumidores devem estar atentos às informações do rótulo da água sanitária, pois não podem, de forma alguma, utilizar qualquer produto.
Nas gôndolas dos supermercados é possível encontrar o produto com diferentes concentrações de hipoclorito de sódio e também com perfume. Mas a recomendação de uso é somente do produto com água sanitária a 2,5%, sem perfume.
O uso de água sanitária produzida artesanalmente também não é recomendada, pois não há como garantir a porcentagem de cloro utilizada na produção.
A correta higienização, que também contribui para uma alimentação mais saudável, evita doenças como diarréia, vômito, dores abdominais, febre e outras mais graves, entre elas o botulismo, a hepatite e a cisticercose.
Em algumas faixas etárias, o risco de morte por bactérias é maior, como no caso das crianças, que não têm o sistema imunológico completamente desenvolvido. Já nos idosos, o sistema imunológico é mais lento, portanto, um episódio de contaminação por alimento pode ser fatal.
Outro grupo de alto risco são os portadores de doenças crônicas (Diabetes, Aids, Hepatite e Câncer), devido ao desequilíbrio imunológico muito grande que alguns tratamentos provocam, baixando a imunidade e aumentando o risco de desenvolvimento de doenças.
“Por conta dessas especificidades, o cuidado com o consumo de alimentos in natura deve ser redobrado nesses casos”, reforça Juliana Costa.
“Quando higienizamos as frutas, verduras e legumes com água sanitária diluída em água, reduzimos ou eliminamos a quantidade de microorganismos para um nível aceitável e só assim o risco de doenças e intoxicações causadas por alimentos pode ser menor”, finaliza.