Sal e o sódio são a mesma coisa? Na verdade não são!
O sal possui em sua composição 40% de sódio e 60% de cloreto, já o sódio é encontrado naturalmente em alguns alimentos como carnes, feijões, lentilhas, leite, cenoura, nabo e espinafre. E em grande quantidade em algumas categorias de alimentos industrializados como embutidos, salgadinhos, macarrão instantâneo.
Neste tipo de alimento é importante prestar atenção às informações nutricionais dos rótulos para verificar a quantidade de sódio, além de outros nutrientes.
Qual a quantidade de sódio que deve ser consumida?
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda, para uma alimentação saudável, em adultos sadios, o consumo diário máximo de 2g de sódio – equivalente a 5g de sal (ou uma colher de chá). Porém, a população brasileira consome cerca de 12g por dia, mais que o dobro que o recomendado.
Essa grande quantidade de sódio pode prejudicar a nossa saúde, mas você sabe porquê?
Entenda o que é sódio e sua importância!
O sódio é um mineral que age em conjunto com o potássio, para regular a pressão arterial e manter o equilíbrio do organismo. Além disso, o sódio tem a importante função de realizar a transmissão dos impulsos nervosos e o estímulo muscular.
Porém, em quantidades excessivas, o sódio pode ser prejudicial à saúde com o desequilíbrio hídrico do organismo, provocando a retenção de líquidos, aumentando a pressão sanguínea e provocando uma sobrecarga no coração.
“Isto pode vir a aumentar a pressão arterial, que é fator de risco para o desenvolvimento de doenças crônicas, como o infarto, acidente vascular cerebral (AVC), problemas cardíacos e renais”, explica a nutricionista do Hospital Beneficência Portuguesa, Andrea Galdino Figueiredo.
Mas afinal, o sódio faz mal ou traz benefícios?
Apesar de sua má reputação, retirar o sódio drasticamente de uma dieta é um grande erro. Na medida certa, o sódio é um grande aliado da sua saúde, equilibrando a quantidade de água no organismo e participando das contrações musculares e fornecimento de energia, pois está envolvido no metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras.
Como exerce algumas funções importantes, a deficiência de sódio pode causar sintomas como pressão baixa, tonturas, cãibras e náuseas.
Alternativas saudáveis para o uso do sódio
Explore novos sabores e invista em temperos naturais como alho, cebola, alecrim, louro, manjerona, orégano e tomilho. Quanto mais você temperar a comida, menos precisará de sal. O sal de ervas pode ser usado no lugar do sal comum, anote a receita:
Receita do Sal de ervas
Ingredientes:
- ½ xícara de sal
- ½ de alecrim desidratado
- ½ de manjericão desidratado
- ½ de orégano desidratado
- ½ de salsinha desidratada
Modo de preparo:
Bata no liquidificador todos os ingredientes e conserve em um recipiente de vidro tampado. Validade: 3 semanas.
Tipos de sal:
*Existem outras versões do sal, como o light, rosa do Himalaia, negro, marinho e flor de sal.
- O sal refinado é o mais utilizado, em 1g há 400mg de sódio;
- O sal light tem menor teor de sódio, pois é composto por 50% de cloreto de sódio e 50% de cloreto de potássio. Mas, pelo alto teor de potássio não é indicado para pessoas com problemas renais: em 1g de sal light há 197mg de sódio;
- O sal rosa do Himalaia é rico em minerais como potássio, cálcio, magnésio e ferro. Em 1g de sal Rosa do Himalaia há 230mg de sódio;
- O sal negro é formado por cloreto de sódio, cloreto de potássio e ferro. Em 1g de sal há 380mg de sódio;
- O sal marinho não passa pelo mesmo refinamento do sal tradicional, por isso apresenta maior quantidade de minerais. Em 1g de sal marinho há 420mg de sódio;
- A flor de sal é conhecida por dar textura crocante às receitas. Essa variedade contém mais sódio e também apresenta na sua composição magnésio, iodo e potássio. Em 1g de Flor de Sal há 450mg de sódio.
*Segundo dados nutricionais do Hospital Beneficência Portuguesa
Plano Nacional de Redução de Sódio
Retirar a quantidade de sódio consumida diariamente pela população brasileira é a meta do Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, um compromisso firmado entre o Ministério da Saúde e a Associação das Indústrias da Alimentação (ABIA).
Segundo o Ministério da Saúde, em três anos, de 2011 a 2014, foram retirados mais de sete mil toneladas de sódio dos alimentos processados. Para a ABIA, os acordos firmados refletem o comprometimento da indústria de alimentação em promover a saudabilidade e o bem-estar da população e, por isso, o setor trabalha ativamente investindo no desenvolvimento e aprimoramento dos alimentos.
A 2ª fase do plano pretende reduzir em até 10% o teor de sódio presente em 839 produtos, entre bolos, snacks (batata-palha e salgadinhos à base de milho), maionese e biscoitos. A meta é que, até 2020, as indústrias do setor promovam a retirada voluntária de mais de 29 mil toneladas de sal do mercado brasileiro.
“O impacto disso é a garantia de mais quatro anos de vida e uma redução de 15% nos óbitos por Acidente Vascular Cerebral (AVC). Significa também que 1,5 milhões de brasileiros não precisarão de medicamentos e vão poder controlar sua pressão com atividade física e alimentação saudável. É um ganho de vida”, garante o ministro da Saúde, Arthur Chioro.
Ações para a proteção da saúde dos brasileiros
Além do Plano Nacional de Redução de Sódio em Alimentos Processados, o Ministério da Saúde desenvolve ações estratégicas de alimentação e nutrição para proteger a saúde dos brasileiros. Entre elas está o Guia Alimentar para a População Brasileira, que relata quais cuidados e caminhos para alcançar uma alimentação saudável, saborosa e balanceada.
E também a publicação Alimentos Regionais Brasileiros, que divulga a variedade de alimentos no país e orienta as práticas culinárias, estimulando e valorizando a cultura alimentar brasileira e o consumo de alimentos in natura.
Saiba mais sobre o sódio e hábitos alimentares brasileiros em: