Iniciativa estimula a boa educação alimentar em escolas do interior de São Paulo

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Iniciativa estimula a boa educação alimentar em escolas do interior de São Paulo

O projeto Comer e Brincar na Escola Serve Pra Quê?, apoiado pela Fundação Cargill, propõe a capacitação de merendeiras e profissionais da educação para o desenvolvimento de boas práticas voltadas para a educação alimentar em escolas no interior de São Paulo

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza a alimentação saudável aliada a prática de atividade física como estratégias efetivas para reduzir doenças e mortes no mundo, em conformidade com a ODS 3. Como a formação de hábitos se dá desde cedo, as boas práticas alimentares e de atividade física devem ser vivenciadas também na escola, espaço privilegiado de construção de conhecimento, aquisição de valores e formação de atitudes.

No Brasil, a Lei Federal 11.947, presente no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), determina as diretrizes da alimentação escolar que devem garantir, entre outros pontos, a inclusão da educação alimentar e nutricional no processo de ensino e aprendizagem. Nessa perspectiva, a escola se apresenta como uma instituição relevante por seu poder de atuar com profissionais da educação e alimentação em conjunto com as crianças.

 

O PROJETO

Indo ao encontro dessas demandas sociais, o Instituto Avisa Lá desenvolveu o projeto Comer e Brincar na Escola Serve Pra Quê? que tem como foco o público de crianças entre 4 e 5 anos da rede pública de educação infantil. Dando continuidade a excelente parceria iniciada em 2018, a Fundação Cargill e o Instituto Avisa Lá pretende beneficiar 6.710 estudantes, além do impacto indireto dentro das famílias e comunidade.

Confira a primeira fase do projeto!

O projeto oferece formação para profissionais da educação infantil das redes públicas de ensino, na intersecção das áreas de alimentação e movimento, nas cidades de Itapira, Mogi Mirim, Mogi Guaçu, São Roque, Pedreira e Amparo, todas no Estado de São Paulo. O objetivo é ampliar a capacitação dos profissionais das áreas de educação alimentar e de atividades físicas, na perspectiva da promoção da saúde, como atividade educativa incorporada ao projeto pedagógico das unidades de Ensino Infantil.

Além dos profissionais diretamente ligados às atividades desenvolvidas – merendeiras e professores – o projeto cria uma rede composta pelas equipes técnicas das Secretarias de Educação e pelos diferentes profissionais das escolas para a construção de práticas educativas sobre a temática, no cotidiano das escolas. Além de criar também uma rede intermunicipal, que possibilita as trocas entre municípios participantes, bem como a reflexão conjunta e o enriquecimento das práticas.

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

No início deste ano foi realizado um seminário em São Paulo que contou com a presença de representantes de todos os municípios envolvidos. Nele foi possível fazer o mapeamento inicial das principais necessidades de cada cidade. A partir daí, as equipes de cada município elaborou um plano de ação a ser implementado ao longo do projeto.

Ao longo dos 6 primeiros meses de 2019 também foram realizadas reuniões virtuais mensais com profissionais do Avisa Lá, representantes de cada secretaria municipal de educação e nutricionistas. A partir dessa troca, criou-se uma cadeia de informações na qual as representantes realizavam encontros com os coordenadores pedagógicos que, por sua vez, orientavam os professores e profissionais responsáveis pela merenda. O objetivo dessa rede de informações é formular ações educativas voltadas para a educação alimentar que possibilitem o diálogo entre teoria e prática.

Segundo Cisele Ortiz, Coordenadora Adjunta do Avisa Lá, “o projeto está em fase de implementação (…). O planejamento e execução dos planos de ação estão se efetivando nas escolas de acordo com os diagnósticos realizados no primeiro semestre em cada município”.

O conhecimento produzido nesses encontros possibilitou o desenvolvimento de atividades práticas, como a experiência do aluno com o alimento através da apresentação de uma variedade de frutas, legumes e vegetais, onde podiam pegá-los, sentir os cheiros, texturas e sabores. Também foi estimulada a participação da criança na elaboração das refeições através do contato direto com o alimento durante todo o trajeto dentro da cozinha, propiciando a autonomia no processo formação de seus hábitos alimentares.

O consumo de alimentos como frutas, verduras e legumes, com a participação ativa da criança, por exemplo, amplia, em curto prazo, seu conhecimento e a aceitação dos alimentos; em médio prazo, amplia o paladar e ajuda a criança a fazer escolhas e, em longo prazo, sedimenta hábitos saudáveis na vida adulta. A educação alimentar passa pela experiência direta das crianças com os alimentos, seus sabores, texturas e combinações”, destaca Cisele.

Além do trabalho de formação dos profissionais e atividades educativas com as crianças, também foram feitas adaptações nos locais onde as crianças fazem as refeições nas escolas, criando um ambiente mais autoral, com produções infantis e mais adequados a boa alimentação. Também foi introduzido o sistema self-service nos refeitórios que ainda não adotavam esse sistema.

O self-service, além de reduzir o desperdício de alimentos, ainda possibilita a escolha, por parte das crianças, dos alimentos que irão consumir, e contribui também para o desenvolvimento do paladar e sua auto regulação, entre outros”, ressalta a Coordenadora Adjunta.

 

PRÓXIMOS PASSOS

Para o 2º semestre deste ano, o Instituto Avisa Lá seguirá com as atividades que já estão em andamento dentro das escolas, além de organizar um segundo seminário presencial, evento que irá promover discussões em cima do histórico de ações deste primeiro semestre e introduzirá questões relativas ao movimento e brincadeiras na escola, com a proposta de repensar a estrutura, equipamentos e cantos de brincadeiras no ambiente escolar.

A próxima etapa também dará conta de analisar e aprimorar o cardápio das crianças, além de realizar um levantamento da cultura alimentar das famílias para estimular a conscientização de todo o ciclo de convívio das crianças.

 

AFINAL, COMER E BRINCAR NA ESCOLA SERVE PRA QUÊ?

Para Cisele, “são inúmeros os impactos de uma educação alimentar desde a infância, pois a formação de hábitos inicia-se neste período, quando o convívio familiar é ampliado pelo contexto escolar, espaço em que a criança terá a oportunidade de experimentar alimentos e preparações, assim como de adquirir ou alterar hábitos alimentares pela influência do grupo e dos estímulos presentes no sistema educacional”.

E ainda complementa: “O papel da escola não se limita a levar a criança a se alimentar corretamente e a se movimentar*; neste sentido, podemos dizer que comer e brincar na escola serve para a construção de conhecimentos, além de passar também pelas interações, pela exploração do meio e de seu próprio corpo, pela imaginação e pela afetividade, já que hábitos devem ser construídos pelo prazer e pelo desafio. Serve para criança saber quem é ela e o que a constitui, a que grupo pertence, já que está imersa na cultura alimentar e cultural de seu meio e que interferem no seu desenvolvimento e aprendizagem”.

 

INSTITUTO AVISA LÁ

O Instituto Avisa Lá é uma organização social que atua desde 1986 contribuindo para a qualificação da prática pedagógica das redes públicas de Educação Infantil. A partir de 2002 começou a atuar também nas séries iniciais do Ensino Fundamental. Seus trabalhos atingiram, até os dias de hoje, mais de 200 municípios brasileiros.

(*)De acordo com Cisele o movimento é parte integrante da constituição psíquica, corpo e mente estão imbricados e a educação não deve separá-los principalmente na educação infantil, faz parte construção da autonomia e identidade, uma vez que contribui para o domínio das habilidades motoras que a criança desenvolve ao longo da primeira infância.

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